Texto e Fotografia: Catarina Gonçalves
A revista Tudo Sobre Jardins teve a oportunidade de visitar os Jardins d’Etretat durante este mês de Agosto. No mundo dos jardins e dos muitos espaços verdes que temos visitado ao longo dos anos de existência da revista, este é concerteza um dos mais impressionantes jardins que vimos, não só pela sua beleza mas pela dimensão do trabalho de execução e implementação do jardim no curto espaço de tempo de um ano e meio, de acordo com a organização. Um jardim que recomendamos a todos os que visitam a região da Normandia, em França. Nesta primeira abordagem vamos falar sobre a exposição de escultura no jardim, Double Jeu. Esta exposição conta com a participação de vários artista internacionais incluindo portuguesa.
Construídos pela atriz francesa Madame Thébault em 1905, Les Jardins d’Etretat foram recentemente restaurados e ampliados com mestria pelo arquiteto paisagista Alexandre Grivko, co-fundador e diretor artístico da empresa internacional de paisagismo e garden design Il Nature. Alexandre reinventou o conceito do jardim e grande parte do plantio são impressionantes maciços esculturais aparados numa área de 16 500 metros quadrados. Teve a capacidade de transformou o espaço enquanto habilmente integrava instalações de arte contemporânea, inspirado no “Manifesto da cidade neo-futurista” do designer e arquiteto Vito di Bari em 2007, que apela à mistura de arte, tecnologia, valores éticos e natureza. O jardim é um espaço experimental e vanguardista aberto ao público desde 2017.
Les Jardins d’Étretat, verdadeiro laboratório experimental criativo e um museu ao ar livre de arte contemporânea, aqui são feitas exposições permanentes e temporárias. A exposição permanente é um engenhoso diálogo de composições naturais de plantas esculpidas e esculturas contemporâneas em vários materiais e que transmitem uma atmosfera única nos jardins. As obras de arte são um núcleo indispensável e criam dramaturgia no ambiente de jardim.
Évolution 2 by Cyrille André
Tradicionalmente, existem cinco tipos principais de jardim clássico de acordo com o paisagista: francês clássico, inglês de paisagem, italiano formal, assim como jardins asiáticos e orientais. Experimentalmente, Alexandre Grivko desenvolve um novo estilo de jardim único, o sexto, que ele imagina como o jardim do futuro. É inspirado na visão neo-futurista dos jardins do futuro, que está mergulhada na interpretação do jardim. A organização do espaço depende de novas formas de plantas aparadas e esculpidas. Quando a experiência estiver concluída, o jardim aparecerá como o exemplo de um novo estilo de jardim cujo nome ainda não foi encontrado. Les Jardins d’Étretat oferecem uma vista icónica sobre La Manche, que já inspirou artistas como Claude Monet, JeanBaptiste-Camille Corot, Eugène Delacroix e Edouard Manet. Atualmente, Les Jardins d’Étretat contam com um crescente grupo de apoiantes, patrocinadores, coleccionadores de arte e imprensa.
Travers by Nicolas Lavarenne settled down in Jardin d’Amont, the highest garden in Les Jardins d’Étretat
A exposição Double Jeu ou Double Game anuncia o início do programa competitivo internacional, tematizado como Contemporary Art Sculpture: Man and Nature. Os vencedores da competição serão anunciados na cerimónia de encerramento em 1 de novembro de 2019.
Four elements by Jean-Marc de Pas
Talvez pela sua posição no jardim a que mais impacta, pessoalmente, é a escultura The Summer, as obras de Tadevosyan são conceituais, líricas e metafísicas. Na sua escultura figurativa, o artista explora a tensão e a conexão entre alegoria e realismo, objetos de pequena escala e monumental. Em todas as suas obras, Gevorg Tadevosyan deseja expressar a ambivalência e a complexidade da natureza humana. A The Summer é sobre os ritmos em mudança dos ciclos da vida representados por cada figura que se move na direção oposta.
As esculturas Four Seasons e Four Elements são outras favoritas, , Jean-Marc de Pas artista francês de renome internacional e com a alma de paisagista, considera a escultura como parte de um todo.
Until the World is Gone by Sergey Katran
Uma das minhas favoritas, Until the World is Gone, a instalação do artista russo Sergey Katran apresenta uma série de esculturas em terracota moldadas como as ondas sonoras da palavra “arte” proferidas em diferentes idiomas. O autor transforma as pistas verbais num objeto visível e tangível, oferecendo uma nova leitura dentro dos limites da arte contemporânea.
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Gevorg Tadevosyan’s sculpture Cardiogram
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Gianna Dispenza’s sculpture The Space Between