Texto:Catarina Gonçalves/C. Stuart Moore Design Fotografia: ASLA/CSM Design
Esta propriedade de 6000 m ², localizada em Las Condes, Chile, está posicionada abaixo de um ponto de descarga para a drenagem de águas pluviais de um empreendimento residencial de 300 hectares. A solução projetada tinha dois tubos, cada um com um metro de diâmetro, no topo de um precipício e, consequentemente, criaram uma erosão significativa durante fortes tempestades. Vinhas de amora invasoras rapidamente substituíram a vegetação natural erodida. O arquiteto paisagista teve como primeiro objetivo controlar o desgaste e restaurar os ambientes naturais antes de se reunir com o arquiteto para criar um ambiente único para uma nova residência.
A nova residência contemporânea mediterrânea está colocada acima de uma formação única de arenito com vistas costeiras proeminentes. Além do oceano, o terreno possui inúmeras características e especificidades. Uma vista de 360° foi tida em conta aquando da fase de projeto. Controle de águas pluviais, filtração de nascentes, escoamento natural, restauração de habitats ambientais e apelo visual foram os principais objetivos para aproveitar ao máximo o local de implantação.
Uma formação proeminente e central de arenito que se estende em direção ao oceano foi rapidamente identificada como uma peça central para a fundação da casa. A sua formação única eleva adequadamente o piso principal proporcionando vistas sobre o jardim e para o oceano. Considerado o rico contexto do ambiente e da geologia, procurou-se criar várias configurações na estrutura do terreno para adicionar interesse e atração. Arquitetonicamente, a ideia foi manter as linhas e formas simples e elegantes.
Da mesma forma, a paisagem circundante seria rica na composição de cores e texturas com geometria muito subtil para a circulação. O controle da água da chuva incluiu uma nova lagoa para eliminar a velocidade da água e erosão. As águas pluviais e residuais foram direcionadas da lagoa para uma zona húmida costeira recém-formada. Águas de nascente que emanam do penhasco até ao mar foram capturadas e desviadas através do jardim para reduzir as pressões hidrostáticas e segurar as fundações da casa. Finalmente alguns ajustes significativos e a terraplanagem ajudaram a desviar a brisa costeira e a criar microclimas.
Desafios Técnicos de acordo com o arquiteto paisagista C. Stuart Moore:
“Muitas vezes, é difícil criar uma solução orgânica e natural ao colaborar com os engenheiros. Os detalhes iniciais incluíam fronteiras rígidas e canais revestidos de betão, os quais teriam sido um grande desafio para esconder. Após vários workshops e reuniões, conseguimos aumentar a largura das zonas de fluxo para reduzir as velocidades de descarga. Essas mudanças permitiram cobrir as formas de betão para permitir que a vegetação se instalasse. Os lados do canal foram quase totalmente eliminados e a base plana foi alterada para formar uma bacia que permitiu a sedimentação natural e a ocorrência das plantas.